A construção de equipamentos de utilização colectiva, torna-se cada vez mais significativa, numa perspectiva sustentável de crescimento urbano, numa lógica equilibrada por ao dipôr da comunidade espaços de apoio social, fundamentais para uma melhor e mais clara organização socioeconómica. O Complexo de equipamentos da Casa do Povo da Maia, no qual se inserem dois edifícios: uma Creche e um Centro de dia/Ludoteca, surge, então, enquanto plataforma social e educativa de convívio e apoio comunitário.

A concepção arquitectónica adoptada assenta, também por isso, na utilização de referências volumétricas locais, que julgamos essenciais para o estabelecimento do equilíbrio entre os valores estéticos contemporâneos e os modelos de origem tradicional, numa perspectiva de contribuir para o crescimento urbano e equilibrado da Maia. Esta surge assim, inspirada nas composições das antigas instalações da fábrica de tabaco da Maia. Coberturas alongadas de duas águas que se encontram e se repetem, retomam a estética de uma tipologia arquitectónica simples e objectiva, de antes utilizada em edifícios onde a funcionalidade constituía o ponto fundamental na organização espacial arquitectónica, e que agora aqui revisitada procura estabelecer uma ponte com as memórias e criar novos espaços e ambientes, ao dipôr da cumunidade da Maia.

O edifício destinado ao Centro de Dia/Ludoteca, extende-se, sobre o terreno acompanhando a topografia existente, sendo o seu extenso programa desenvolvido sobre dois níveis cada qual com uma entrada distinta. Com acesso a partir da entrada principal encontra-se o núcleo administrativo, onde se contemplam maioritariamente os serviços directivos e o atendimento personalizado ao utente. De seguida, numa àrea central do corpo edificado, desenvolve-se o núcleo de actividades, onde, nomeadamente, se localiza uma sala de leitura/biblioteca/informática e uma espaço polivalente destinado a actividades de grupo, exposições, etc. Com acesso principal pelo quadrante norte prevemos um espaço de recepção direccionado à assistência de utentes das actividades do centro de dia, gabinete de assistência médica, gabinete de estética, instalações sanitárias, sala de refeições (com cozinha e àreas de apoio próprias) e todas as restantes áreas técnicas básicas associadas a este tipo de equipamento. Como seria de todo o interesse do Complexo da casa do povo da Maia disponibilizar áreas de convívio comunitário, para além dos serviços que este edifício alberga, foi criado um extenso pátio interno arborizado bem como associados a este, uma àrea livre dedicada a um espaço ajardinado e uma pequena horta comunitária.

Desde logo, consideramos, então, que a definição volumétrica e a forma como esta se implanta face ao tecido urbano existente, seriam essenciais para tornar este equipamento público uma peça facilmente identificável e relevante no discurso urbano em que se enquadra, bem como extremamente útil e versátil pelos serviços que prestará e espaços que oferecerá aos habitantes da Maia.