Este projecto teve por objectivo a reabilitação do edifício com valor patrimonial e a sua ampliação de modo a libertar alguns funções, condicionantes e condicionadas actualmente pelas características do imóvel. Pretendia-se igualmente a sua reorganização funcional, repondo-lhe a unidade estética, com especial atenção para as zonas técnicas de modo a retirar a "pressão" destas actividades que obrigaram à implantação de tecnologias "intrusivas" neste ambiente com forte carga cultural. Da mesma forma a envolvente, composta por patamares, tanque, levada, muros com nichos, empedrados artísticos de calhau rolado, e ainda algumas memórias físicas casuisticamente dispostas no exterior, como cantarias e azulejos provenientes do desmonte da capela revelam a antiguidade do lugar, foram reavaliados e reintegrados. O coberto vegetal, foi reforçado com novas espécies numa perspectiva de valorização de Quinta de recreio e não de produção. A intervenção procurou reforçar os valores em presença, constituindo-se num novo assentamento na continuidade das quintas madeirenses. E é neste sentido que surge a ampliação, integrada nos patamares, como se se tratasse de um deles, mantendo contudo a primazia da casa solarenga.Intervir neste contexto obrigou-nos a reflectir sobre a legitimidade da(s) proposta(s) a prospectar face ao bem cultural em presença. Optou-se pela construção de um novo edifício com funcionamento autónomo destinado aos quartos (em dois pisos e lavandaria no piso térreo), com ligação pontual ao edifício da Quinta enquanto que este se destinará às salas de estar, refeições, capela e serviços gerais de administração. Em termos de ética de intervenção, salvaguardou-se o património em presença, atribuindo-lhe funções compatíveis e retirando-lhe a sobrecarga a que tem estado sujeito. A tardoz, manter-se-á a horta e o bananal que, inserido no espírito da Quinta tradicional, proporcionará ocupação efectiva ou simples observação aos utentes mais interessados nas questões ecológicas e paisagísticas.