Uma ruína foi o ponto de partida para o desenho de uma casa de férias na ilha do Pico. O projecto surgiu da vontade de manter a ruína e pensar uma casa que a valorizasse, que a ela se pudesse moldar e simultaneamente dela tirar partido, oferecendo possibilidades de vivências mais diversas e complexas que a anterior tipologia.
Uma vez que a aproximação ao edifício se faz à cota das suas coberturas, devido ao grande declive do terreno, desenhámos todas as coberturas do projecto como se de decks se tratassem, permitindo a sua utilização como espaços de estar e de contemplação.
A casa, moldada no interior das paredes de pedra, foi desenhada com vãos generosos, para entrada de luz e para usufruto da deslumbrante paisagem, que se alinham e por vezes desacertam dos vãos pré-existentes da ruína, recriando enquadramentos e relações com o limite original da casa.
O projecto é um movimento entre uma linha de limite, em pedra, e os volumes da intervenção que por ela se deixam conduzir, se desacertam ou se alongam, sempre que a necessidade de espaço, ou de uma vista, se impõe.