Centro de Interpretação da Caldeira Velha

Ilha de São Miguel, 2008 - 2013

A Caldeira Velha, na ilha de São Miguel, foi classificada como Monumento Natural Regional através do Decreto Legislativo Regional n.º 5/2004/A, de 18 de março, com os seguintes objectivos: “(…)o estudo científico e a divulgação, numa perspectiva de educação ambiental, da área protegida; a valorização e preservação do espaço com a criação de infra-estruturas que facilitem a sua exploração de uma forma ordenada e responsável, impedindo a destruição do património natural ali existente; o condicionamento das actividades realizadas na área protegida e respectiva envolvente.”

Convertendo estas especificidades em área construída, o resultado é um edifício inserido no lugar, com materiais que procuram uma inserção na paisagem (nomeadamente o aço corten e a pedra) e com um formalismo que apela ao visitante que chega. Um misto de intervenção natural e humanizada que pretende utilizar energias renováveis e materiais amigos do ambiente.

Concentrado num espaço envolvido por um ambiente de paisagem natural, o edifício insere-se no terreno que lhe é conferido, funcionando como um “diamante” que se adapta à vegetação e pedras existentes, conferindo-lhe uma imagem orgânica, mas coerente com o lugar. Conceptualmente é um espaço de variados contrastes: entre o claro e o escuro (onde são utilizados lanternins que favorecem a entrada de luz), entre elementos construídos e naturais (a pedra e o aço corten por um lado, e os grandes vidros que apontam para a paisagem, transpondo-a para o interior do edifício)

Estruturalmente optou-se por uma composição mista: na parte sobrelevada do edifício, optou-se por uma malha metálica de perfis HEB 180, assente sobre pilares de betão; no restante será feita uma estrutura de laje e muros de contenção em betão. No entanto, e ao nível de paredes e coberturas, optou-se por uma conjunção de elementos que sirva ambos os interesses: painéis de poliuretano em sandwich tipo “ERFI”, com isolamento térmico incorporado, revestidos pelo interior com painéis tipo DURIPANEL e pelo exterior em painéis de madeira de pinho nórdico e, pontualmente, em chapas de aço corten. Esta opção permite olhar o edifício como um diamante/monolito, perfeitamente integrado na paisagem.

O edifício funciona como um percurso, na sucessão total dos espaços: entrada, informação, exposição, cafetaria e gift shop e auditório. È um espaço minimalista, sem qualquer acessório, apenas com pequenas estruturas (denominadas de móveis) que funcionam como esculturas e que englobam a zona reservada da cafetaria e a área da gift shop. Deste modo, e num espaço relativamente reduzido, foi possível criar zonas distintas que podem funcionar autonomamente ou integradas num roteiro completo de quem visita o local.