No contexto do projecto de recuperação dos “Espaços Exteriores da Praia de Porto Pim”, o edifício deixa de ser terminal do percurso pedonal, para assumir a transição do espaço mais construído junto à costa, para um espaço mais natural e mais interior.
Anteriormente em ruínas, este edifício quadrangular, em tufo, implantado sobre a costa, terá sido originariamente destinado a fábrica de bacalhau (juntamente com mais dois edifícios, dos quais é visível unicamente um cunhal em pedra), ou construído para Fábrica da Baleia no mesmo local do edifício original.
Abandonada a função por aparecimento de uma nova estrutura – atual Centro do Mar – o edifício entrou em ruína, tendo no entanto tido temporariamente outras funções, das quais se destaca, no passado mais recente, a de uma discoteca.
Edifício remate do conjunto construído, foi projetado para albergar um programa atrativo e inovador, que motivaria a deslocação até si. Aproveitando a sua localização, seria possível visionar em tempo real, o fundo do mar em volta do Monte da Guia, recorrendo a câmaras aí colocadas. A Viagem Oceânica no Mar dos Açores seria uma exibição multimédia que ilustraria os ambientes hidrotermais dos Açores e as comunidades que vivem na coluna de água do oceano aberto. Cada um dos campos hidrotermais a exibir (Banco D. João de Castro, Menez Gwen, Lucky Strike e Rainbow) seria apresentado num painel vídeo. A viagem levaria os visitantes ao longo de um gradiente de profundidade, de exotismo faunístico e de afastamento das costas insulares. Depois ascender desde profundidades abissais até à superfície, atravessando os ambientes pelágicos mais marcantes. Os vídeos combinarão realidade virtual e imagens reais. Com esta viagem pretendia-se provocar no visitante sensações únicas, de contemplação, fruição e proximidade, em relação a estes ecossistemas exóticos, transmitidas pelo ambiente da sala e pelos momentos multimédia oferecidos.
Edifício inicialmente rebocado, apresentava a textura do material de construção estrutural, alvenaria de tufo, o que lhe permite fundir-se com a paisagem envolvente.
Entendendo não alterar esta visão, construíu-se de um novo edifício dentro do existente, emergindo pelo topo, dado a cércea ser totalmente diferente da existente, e “envernizando” as paredes existentes, de forma a defendê-las da agressão do tempo. Esta proposta de intervenção, mantendo uma imagem de quase ruína, é completa pelo entaipamento das janelas com pedra em substituição dos blocos existentes.
Edifício quase completamente fechado, tenta construir um ambiente adequado ao visionamento do fundo do mar, pela forma circular dos ecrãs e pela envolvente em armários e aquários num total de cor azul.
Organizado de uma forma muito simples, com uma entrada e uma saída, inclui uma pequena instalação sanitária na espessura do armário e do vão de uma janela. Por questões de ruído e simplicidade da solução, os equipamentos de apoio estão no exterior, sendo adaptado para tal o tanque existente.