A Fábrica da Baleia de S. Roque do Pico produziu óleo até 1986, altura em que a caça à baleia foi extinta através de directiva internacional. De imediato o Governo dos Açores adquiriu este complexo que teve em vista a musealização e constituição de um museu de arqueologia industrial, integrado na Rede Regional de Museus.
Numa primeira abordagem a intervenção centrou-se na manutenção integral do edifício principal e seus equipamentos fabris, e agora, passados 25 anos, deu-se a reabilitação da antiga Cerca – local ao ar livre destinado ao armazenamento dos bidões do óleo – bem como à recuperação de pequenos edifícios de apoio: tornaria mecânica; tenda do ferreiro; carpintaria, retretes e pequenos armazéns, todos estes implantados de forma dispersa mas integrados na lógica fabril.
Este projecto foi desenvolvido tendo em conta a manutenção das características formais inatas dos espaços, que, no fundo, referenciam a identidade inata do local, tentando fazer a melhor ponte entre estes referenciais identitários colectivos com as novas realidades e novos usos, numa visão sensorial da apreensão do processo histórico enquanto camada sob camada, que se constrói de forma genuína e em verdade com o seu tempo. Para além das questões do tempo, desenvolveu-se um jardim escultórico composto por bidões.