A Feira Açores 88 pretendia mostrar a produção do arquipélago em todos os sectores, da agricultura ao terciário superior. Existia para tal um recinto com alguns pavilhões onde decorria a feira agrícola.
Na paisagem Micaelense correm longos e negros muros de pedra basáltica, aqui e ali interrompidos por altivos pórticos anunciando grandes propriedades, elucidando do estatuto social dos proprietários.
Será esta a referência local para a entrada: um muro alto de pedra solta estende-se paralelo à estrada de acesso sendo subitamente interrompido por um pórtico de betão armado, rebocado liso e pintado de branco, com uma geometria tensa (uma viga que inflecte 90° suspensa sobre o cunhal do muro que por sua vez envereda para o interior do recinto) em oposição dialogante à cor e textura da alvenaria de pedra seca num jogo de mútua valorização.
A pala marca a entrada e o muro desfaz-se para dar lugar a uma fila de pilares porta-bandeiras, a guarda de honra do grande espaço de recepção ao visitante. Ao fundo uma escadaria de betão descofrado é encimada por um segundo pórtico com o logotipo da Feira, ladeado pelos pavilhões da Recepção e do Turismo que abraçam, com a sua forma de conjunto de fatia de melancia, este espaço de iniciação: transposto o limiar da escadaria «começa» a Feira com os demais pavilhões