Igreja Nossa Senhora de Fátima

Ilha de São Miguel, 2008 - 2009

A Igreja vêm no seguimento de uma aspiração longa e persistente, mais de 25 anos de projectos, participações e doações, por parte da comunidade do Lagedo para possuir Templo próprio e acompanhar activamente o crescimento verificado da Paróquia de S. José. O terreno cedido para o Templo reúne as condições mais favoráveis na envolvente, sobranceiro e com boa exposição. A fraca qualidade da envolvente urbana desprovida de referências arquitectónicas elevou as duas palmeiras centenárias existente no próprio terreno à referência do lugar .

Urbanisticamente procurou-se os alinhamentos pré-existentes e a costura da malha urbana existente, propondo-se para este efeito a abertura de uma nova via, secundária, que para alem de resolver situações de impasse viário cria novos lugares de estacionamento muito necessários ao local. A volumetria do edifício proposta é menor a Poente, dada a proximidade a moradias de baixa volumetria e maior a Nascente.

Paisagísticamente para além do necessário tratamento viário o terreno envolvente ao Templo será tratado a Sul para Adro do Templo ou como espaço verde, a Nascente, onde se situam as duas palmeiras centenárias que se pretendem preservar. Esta intervenção exige a realização de muros de contenção periféricos , a Sul e Nascente, com acessos pedonais, escadas, incorporadas nos seus topos.

O edifício proposto observa um programa dado:

Um templo dedicado a Nossa senhora de Fátima para aprox 500 pessoas, com espaços de apoio para catequese e actividades paroquiais.

A este programa associa-se uma forte preocupação de contenção dos custos na sua execução. Optou-se por um templo em nave única, económica, com distribuição em “bataglione” e orientada segundo o eixo urbano Norte-Sul, entrada a Sul, tardoz a Norte, inserindo este templo na lógica estruturante do “Cardo-Decumanos”.

O percurso interior e conforme parecer da Comissão de Arte Sacra localizou-se próximo da entrada, a Sul, o Baptistério, 1ª etapa no percurso até à Eucaristia (Altar) e aqui “fonte” da água que nos acompanha, em fosso de Luz rasgado ao longo de toda a nave principal até à Eucaristia (Altar), Ambão, Imagem de N. S. Fátima, Cruz e Santíssimo.

Oposta ao Baptistério, resguardada da Luz de Sul pela sombra de uma Azinheira onde termina o curso de água localiza-se a Capela da Reconciliação.

Pelo Bapistério e Capela da Reconciliação acede-se da nave principal, local de celebração sagrado, aos espaços de vida mais mundana como a sacristia, arquivo e salas de catequese.

Sua imagem exterior é propositadamente depurada, em volumes simples de linhas rectas, por forma a sobressair da confusa envolvente arquitectónica. Está despojada de ornamentos, salvo a Cruz, e recorre a materiais de revestimento nobres, Basalto e Mármore branco Estremoz, para assegurar a leitura do carácter nobre do templo e sua durabilidade. A torre sineira, independente, é executada em betão aparente, espelhando sua estrutura.