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Casa de Cultura Carlos César

Ilha de São Miguel, 2007 - 2008

A intervenção é sobre um edifício com características arquitectónicas impares, que se julga pertencer ao século XII a XIII, com escala, e dotado de uma área exterior significativa, que permitiu com facilidade reconverte-lo de forma a albergar o programa pretendido sem desvirtuar os seus elementos de maior interesse.

O edificio tem dois pisos e um piso parcial “torrinha”, de desenho vernáculo, inserido num conjunto arquitectónico integrante do Centro Histórico da Vila de Lagoa, constituindo parte integrante do plano continuo que define o arruamento. A tardoz com acesso por portão rasgado no alçado principal desenvolve-se uma área de jardim e quinta, característicos da época da sua construção, com uma área considerável tendo em conta a sua localização, imprescindível para o sucesso da intervenção pretendida, não só por permitir resolver o parqueamento automóvel como os vários acessos e eventual necessidade de ampliação do edifício.

Em relação aos espaços interiores havia a necessidade de criar um espaço destinado a “Galeria de Arte” para apresentação de exposições temporárias e outros eventos culturais, conjugado com uma segunda área destinada ao Núcleo Museológico da Câmara Municipal, com uma filosofia de utilização diferente. Estes dois espaços serão complementados com áreas destinadas aos serviços do Departamento de Cultura, constituído por dois gabinetes de trabalho, um espaço de arquivo e instalações sanitárias próprias. Foi objetivo pincipal a máxima optimização do espaço, na perspetiva de uma gestão integrada e simultaneamente garantir algum desafogo nas áreas de circulação e de exposição, permitindo explorar ao máximo as potencialidades intrínsecas do imóvel existente.

A intervenção teve como intenção criar um espaço simultaneamente funcional e poético, tendo em consideração a função a que se destinava o edifício, explorando ao máximo a sua espacialidade e comportamento da luz natural relativamente aos ambientes que pretende, procurando assumir a intervenção no espaço temporal em que se desenvolve. A reconversão deste espaço assume-se como contemporânea, ainda que a vertente de recuperação assuma um papel determinante, procurando-se que o proposto não se sobreponha ao vernáculo.